os que passaram por mim

aqueles os quais eu amei

os que desprezei pela maldade inerente ao meu ser

aqueles que mal conheci e me amaram sem me dizer

os silenciosos que não me foi possível ouvir

os esquivos que fingiram não me ver

os da rua de cima que não me permitiram brincar

aqueles sem nome que sempre ficavam no mesmo lugar

os que não me esqueceram e os que não esqueci

os que me dizem nas fotos que não sei mais quem são

os que chegavam aos domingos sem avisar

os que não avisaram que iriam partir

esses que passaram por mim 

invadem meus sonhos como se estivessem aqui

e aqui é nos sonhos

 os quais como eles não se pode saber

por que foi que vieram e passaram por mim