terça-feira, 12 de abril de 2022

Notas

De fato algumas lá estavam

Rabiscadas sabe Deus quando

Por alguém supostamente eu

Aquele quem eu teria sido

E de quem nada sei e não reconheço

Um estranho que se me apresenta

Querendo se apossar de mim

Dizendo-se dono dessas mesmas vestimentas

Que sempre usei e mal percebi

O quanto estão rotas e envelhecidas

segunda-feira, 11 de abril de 2022

Poema Menino

O melhor poema que escrevo

É este que acabo de fazê-lo

Até porque ainda não o esqueci

e de pronto sei dizê-lo por inteiro

Tal como aquele filho querido

Que acalentado e cumulado de afagos

Sonhando viaja por insondáveis caminhos

Pelos quais jamais nos encontraremos





sábado, 9 de abril de 2022

Realidade

Este o pão que sacia

Este o fogo que castiga

Este o cão que alegra

Saciedade que anima

Sofrimento que aniquila

Alegria que estimula

Se bem ou mal me explico

Estou convencido

Que tudo que digo

Realiza-se no que é sentido

Entretanto nada se dão

Se os chamamos pão, fogo e cão

ou se acaso saciam, castigam e alegram

Apenas existem, existiram, existirão

Se bem ou mal me explico

Estou convencido

Que tudo que digo

No realizado faz sentido


segunda-feira, 4 de abril de 2022

Aniversário

 Olho e me vejo

Sou eu que estou vindo

Encontrar-se comigo

Que não paro e prossigo

Olho e me perco

De mim que prossigo

Por idos caminhos

Que não me levam de volta

Olho e me sinto

Um todo partindo

Em cada momento

Que fui me fazendo

Olho e me espero

Sem fadiga ou tristeza

Estando sempre comigo

Até quando eu esteja

Paradoxo

Sou todo

E tudo está em mim

Mas se vou para alguma parte

Do todo que sou

Quando lá estou

Sou eu todo novamente

E o todo de onde vim

É parte do todo onde cá estou

Mas tudo permanece em mim

Balanço

 Ganhei

Quando te vi

Ganhei muito mais

Quando te vi melhor

O supra real que jamais concebi

Ganhei quando te vi

Vendo você sem pensar

Em perder ou ganhar