meus versos são livres e ordinários
são meninos pobres que brincam nas ruas
são andarilhos que dormem sob marquises
são prostitutas que se dão a troco de nada
meus versos se perdem em palavras vazias
são ruídos de portas que rangem em casas antigas
são aromas grosseiros que agridem as narinas
são sabores amargos que inibem o apetite
quando os escrevo sinto que partem
e levam consigo aquilo de nenhuma valia
que só merece a indiferença e o desprezo
se ainda insisto com esta velha mania
de me ocupar com estes versos opacos e sem nexo
é pra me convencer que poesia é terra que desconheço
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