domingo, 19 de março de 2017



















Há um encanto no mundo
real e verdadeiro
que só a criança
na sua inocência
pode percebê-lo

Assim muito cedo
me despertou o futebol
menos pelos craques
pelas grandes jogadas
ou por vitórias em campeonatos

Foram duas coisas singelas
aquelas que me atraíram
e me fizeram até hoje
atento ao jogo da bola
embora bem menos que antes

A primeira delas foi a imagem
com cores neutras da tevê
revelando homens negros
correndo por todo campo
inteiramente vestidos de branco

Aquilo foi deslumbramento
o branco se destacando no negro e vice-versa
o movimento incessante
de dança daquelas alvinegras figuras
e o olhar inocente diante da tela

Foi auditivo o outro fascínio
nomes que surpreendiam
e apresentavam um novo mundo
estranho aos meus ouvidos
aturdidos com aquela nomenclatura

Flamengo, Bangu, Maracanã, Olaria
inauditos vocábulos que alguém pronunciava
e se misturavam, e se confundiam
com outros mais bizarros ainda
Garrincha, Mengálvio, Vasco da Gama, Corinthians

Pelé combinava de várias maneiras
e o que mais se ouvia
era Pelé, Vavá, Pelé, Coutinho
Tanto ouvi que já repetia desassombrado
Pelé, Tostão, Pelé, Rivelino



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