sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017























Crianças pedalam em volta do tanque
às vezes há peixes
às vezes os peixes se vão
como se foi a sombra perfeita
do gigante que resseca insepulto
pode ser a ferrugem
a ferrugem que corrói 
meu olhar de metal
mas os tapumes estão lá
revelando o que não se pode esconder
a fé se dispersa
talvez esteja em outro lugar
não reconheço os domingos
do templo quase vazio
Portinari imenso demais
muito além deste pobre cenário
a umidade penetra paredes
que já não retêm nenhuma esperança

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