quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

A gente cria os filhos, envelhece, aposenta
fica meio sem graça
e diante do vazio que ameaça
eis que num momento fortuito
surge a velha amiga poesia
ela tão esquecida,desprezada,mal alimentada
surge do nada e de repente
brinca com o menino na calçada
aviva os sonhos e a ilusão de outros tempos
desperta uma nova linguagem
que se inscreve no papel e não se sabe
quem alcança, onde invade
por que veio novamente, onde estava
se apaixonada ou a passeio
não tomo conhecimento, nem divago sutilmente
só me faço contente
ao lado da doce companheira
com ela repasso minha vida
toda alegria misturada ao sofrimento
o sol, a chuva, o vento
nada de novo, tudo que se presume
a esperança, o deslumbramento, o desencanto
ela agora brinca comigo
o jogo das palavras perdidas
que se encontradas e bem lançadas
trazem consigo renovado
o afago aquecido de um carinho antigo
não me questiono
para onde iremos
se pra Marte ou pra Vênus
para picos brilhantes ou colinas verdejantes
ou se seguiremos sozinhos e nos esqueceremos

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