Em Mangaratiba
fiz um poema tão doce
que se chupava
como se fosse
jabuticaba
Em Cangerê
fiz um poema saboroso
que se comia
como se fosse
acarajé
Em Mossoró
fiz um poema ritmado
que se ouvia
como se fosse
baião no forró
Em Barbacena
fiz um poema tão velho
que se mostrava
como se fosse
brilho de ouro
Em Maragogi
fiz um poema lindo
que se dizia
até mesmo
dormindo
Em Farroupilha
fiz um poema tão bom
que se sorvia
como se fosse
cuia de chimarrão
Em Itamambuca
fiz um poema tão suave
que se sentia
como se fosse
afago da brisa
Em nossa língua
cada palavra exala poesia
que se revela
como se fosse
alma divina
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